O SINTRAJUF-PE esteve presente, junto com outros sindicatos, na reunião “ampliadinha” da FENAJUFE, em Brasília, no último sábado (07). O encontro serviu para avaliar o cenário político, em específico do conjunto de PECs que o governo apresentou e que anuncia apresentar como sendo a “reforma administrativa”. Também foram definidas formas de organização e mobilização nacional dos servidores.
O nosso Sindicato foi representado pelo Presidente, Manoel Gérson.
O maior projeto de desmonte do serviço público já visto
A primeira parte dos trabalhos foi centrada na apresentação de Antônio Queiroz, Assessor Parlamentar da FENAJUFE, seguida de debates e esclarecimento de dúvidas dos presentes.
Queiroz traçou uma linha histórica das atuais medidas de caráter ultraliberal apresentadas desde Temer e aprofundadas com Bolsonaro-Guedes com o conjunto de pareceres que os setores conservadores tentaram aprovar na Constituinte.
O governo pretende concretizar o projeto de “estado mínimo” através de medidas como a criação de Organizações de serviço social autônomo para gerir serviços públicos, a autorização de mais empresas privadas prestando ao cidadão serviços que são públicos e a adoção de sistema de “vouchers” (tíquetes) com o qual o cidadão precisará comprar o serviço público no mercado aberto.
Trata-se de proposta de implantar a completa mercantilização dos direitos acompanhada da contraface que é a completa privatização da prestação dos serviços públicos que hoje concretizam esses direitos.
A palestra abordou a gravidade das PECs 186, 187 e 188 e outras propostas que tramitam no Congresso. As ameaças vão desde agravar os gatilhos de disparo do limite do teto estipulado na EC95, prever a redução da jornada de trabalho com redução de salários, suspensão da progressão na carreira, extinção de fundos exclusivamente para destinar os recursos ao pagamento da dívida e até tentar impedir o cumprimento de decisões judiciais que tenham impacto financeiro.
Segundo Queiroz, o Estado brasileiro foi colocado em uma armadilha em que, à pretexto de enfrentar uma crise fiscal e econômica, generalizam-se a exoneração do capital, abrindo-se mão de muitas receitas e descapitalizando mais ainda o Estado. O foco do ajusta fiscal é exclusivo na despesa. E o funcionalismo é a terceira maior despesa da União. A segunda é a Previdência. A primeira é a despesa financeira, cujo atendimento é agora ampliado com os cortes nas demais.
CONSTRUIR JÁ UMA GREVE NACIONAL PARA 18 DE MARÇO!
Na segunda etapa da reunião, os representantes dos sindicatos apresentaram informes sobre a atividade nas bases e referendaram o calendário de mobilização para o ano de 2020 planejado pela Federação. Foi recorrente as referências às dificuldades de unir e mobilizar as bases, mencionando-se por vezes a adesão de servidores à agenda do governo. Mas, no geral ficou a disposição de dialogar com os servidores e construir mobilizações efetivas.
Na sua fala, o presidente do SINTRAJUF-PE informou que, embora não tenha ocorrido assembleias no estado, o alerta e o diálogo com as bases sobre a reforma administrativa já vêm sendo feitos no curso de outras atividades, como a convocação para atividades específicas a exemplo do encontro de agentes de segurança e o encontro de mulheres. Inclusive, saudou profundamente a incorporação do calendário de lutas pelo encontro das mulheres.
“Ressaltamos a importância de haver um calendário unificado de lutas contra essa agenda do governo, pactuado pelas centrais sindicais. Isso permite construir uma mobilização efetiva de amplos setores da classe trabalhadora em defesa dos direitos e dos serviços públicos. Os servidores do PJU não se furtarão a cumprir seu papel nessa encruzilhada tão decisiva para direitos básicos e até para a estabilidade! Começaremos 2020 em marcha para construir uma grande participação no 8 março e na greve nacional em 18 de março!”Confira no vídeo abaixo a fala de Antônio Queiroz durante a Ampliadinha:
Governo Bolsonaro impõem censura sobre informações da reforma da Previdência
Sob sigilo, documentos importantes para os trabalhadores a respeito da PEC da reforma não poderão ser divulgados pela imprensa
LDO 2020 sem concursos e sem reajuste para servidores. Militares são exceção
A LDO 2020 não tem previsão de concursos públicos e sem reajuste para servidores. Só os militares foram contemplados.
Os servidores não podem arcar com os custos da Administração
Esse é um dos sentidos que se extraem da decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região ao julgar processo administrativo, no dia 27 de março, em reunião Conselho de Administração do órgão.