Menos de 48 horas após retirar da pauta de julgamento o controverso e criticado auxílio-moradia pago a juízes e procuradores, o Supremo Tribunal Federal cassou, no dia 23 de março, a decisão do Superior Tribunal de Justiça favorável ao pagamento do passivo de 13,23%.
A revisão da determinação administrativa que atendia aos servidores do STJ, liminarmente suspensa há quase dois anos, coube ao ministro Luís Roberto Barroso. Foi uma decisão de mérito monocrática que exige do Superior Tribunal de Justiça, segundo divulgado pelo serviço de notícias do STF, a observância da Súmula Vinculante 37, segundo a qual não cabe à Justiça usar o critério da isonomia salarial para tomar decisões relacionadas a servidores.
Na antevéspera, o ministro Luiz Fux havia remetido a ação referente ao pagamento do auxílio-moradia a magistrados, procuradores e promotores para conciliação na AGU. Há três anos e meio, Fux concedeu decisão judicial provisória que permitiu a juízes e procuradores receberem o valor de R$ 4.377,00 mensais, mesmo quando o beneficiado possui imóveis no local onde está lotado, o que seguirá acontecendo até o desfecho da ação. O julgamento estava marcado para 22 de março e agora não tem mais previsão para acontecer.
Origem da demanda
O ministro Luís Roberto Barroso julgou procedente a Reclamação (RCL) 24271, da Advocacia-Geral da União. A origem da demanda judicial está nas Leis 10.697/2003 e 10.698/2003, referentes a aspectos remuneratórios dos servidores públicos federais. A primeira lei determinou que fossem reajustadas em 1% as remunerações e os subsídios de servidores, em evidente artifício para driblar a determinação constitucional de revisão anual dos salários do funcionalismo. A segunda instituiu vantagem pecuniária individual (VPI) de R$ 59,87, não incidindo sobre nenhuma outra parcela remuneratória.
O fato de o valor nominal de R$ 59,87% corresponder a variados percentuais, a depender da classificação do servidor nas tabelas salariais, deu margem a ações judiciais cobrando a diferença percentual do que se classificou como um reajuste disfarçado.
A reclamação foi ajuizada pela União contra decisão administrativa do STJ favorável ao pagamento da parcela para os servidores do órgão, ato suspenso desde junho de 2016 por liminar deferida pelo próprio Barroso. Há outras decisões neste sentido no STF – foi fazendo referência a elas que o ministro, relator da ação, justificou o julgamento monocrático do caso.
Data-base
Na prática, a mobilização dos servidores pelo passivo estava inserida na defesa da revisão anual dos salários, prevista no texto constitucional, objeto de sentença favorável aos servidores no STF, mas sistematicamente ignorada por sucessivos governos.
A decisão de Barroso, seja intencionalmente ou não, corrobora com o planejado desrespeito à Constituição Federal na questão das remunerações dos servidores, posto em prática pelo Executivo ao longo de mais de duas décadas.
Diretoria do Sintrajuf se reúne com administração da Justiça Federal para discutir demandas da categoria
A diretoria do Sintrajuf-PE, acompanhada do servidor dos Juizados Especiais Federais (JEFs), Gabriel Albuquerque, esteve na tarde de segunda-feira (11), na JFPE para uma reunião com a diretora da Secretaria Administrativa do Foro da Justiça Federal
Paulo Guedes afirma que enviará ao Senado PEC que desvincula totalmente o orçamento da União
O ministro da Economia, Paulo Guedes, diz estar com a PEC que desvincula o orçamento da União pronta para enviar ao Congresso. Isso significa, de forma simplificada, desobrigar Estados e Municípios a manter o percentual obrigatório de verbas destinadas para Educação e Saúde.
Mulheres marcham no Recife contra o machismo e a reforma da previdência
No Recife, o Dia Internacional de Luta das Mulheres foi marcado por uma grande manifestação que reuniu mulheres diversas reivindicando direitos nas ruas do centro da cidade. De acordo com a organização, a caminhada contou com cerca de 20 mil pessoas.