Foi aprovada na terça-feira (01), em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência (PEC 6/2019). Entre outros pontos, o texto aumenta o tempo para se aposentar, reduz substancialmente o valor da aposentadoria, estabelece regras duríssimas de transição para os atuais assalariados, além de trazer outros problemas sérios para os trabalhadores. A proposta ainda precisa passar por três sessões de discussão antes da votação em segundo turno. Essa segunda rodada está prevista, inicialmente, para ocorrer até 15 de outubro, mas o cronograma pode ser adiado.
O texto foi aprovado com 56 votos favoráveis e 19 contrários. Para evitar uma nova análise da Câmara dos Deputados, que atrasaria a promulgação, foram feitas apenas supressões e emendas de redação. Os pontos sobre os quais não havia consenso foram desmembrados durante a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e passaram a tramitar como PEC paralela (PEC 133/2019), que também está sendo analisada pelo Senado.
Na sequência, os senadores passaram a votar os destaques, itens específicos do texto analisados separadamente. No início da madrugada desta quarta-feira (2) os governistas sofreram uma derrota. A oposição conseguiu derrubar um dispositivo que impunha restrições ao abono salarial de quem ganha até dois salários mínimos. Para evitar novas derrotas, os governistas suspenderam a sessão. A análise dos destaques será retomada nesta quarta-feira (2).
Acompanhe ao vivo a votação dos destaques:Atuação - Coordenadores da Fenajufe fizeram o trabalho corpo a corpo no Congresso Nacional junto aos parlamentares, juntamente com dirigentes de sindicatos de base. Os senadores se blindaram durante a votação na CCJ e vários acessos no Senado foram restringidos. Os dirigentes, agora, concentrarão as atividades no Plenário onde continuam a articulação e diálogo com os senadores para tentar reverter os danos da reforma.
Os próximos passos da reforma - Depois da aprovação em primeiro turno no Senado, a reforma será encaminhada para discussão de segundo turno. Nessa fase os senadores podem apresentar sugestões de modificação de redação, que alteram a forma e não o conteúdo propriamente dito da PEC. Caso os senadores proponham essas mudanças de redação, o texto volta à CCJ do Senado, e o relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) deverá elaborar um parecer sobre as novas alterações.
Após votação do parecer na comissão, a reforma segue para o segundo e último turno no plenário do Senado. Se o texto for aprovado em dois turnos no Senado e não precisar retornar à Câmara, o Congresso então promulga a reforma da Previdência e ela passa a valer. Por ser uma PEC, não precisa de sanção do presidente da República.
PEC paralela - Apesar de o texto principal ter sido aprovado, a discussão no Senado continua com a PEC paralela, uma forma de reunir mudanças apresentadas pelos senadores que exigiriam alterações substanciais no texto e de evitar a volta da reforma da Previdência para a Câmara. Além da inclusão de estados e municípios na reforma, a PEC traz a cobrança de contribuições previdenciárias de entidades filantrópicas, do agronegócio exportador e do Simples, regime simplificado de tributação para pequenas empresas, entre outros pontos.
Se aprovada, a PEC paralela terá que passar pela Câmara dos Deputados, já que a análise começou pelo Senado.
Fontes: Senado, Nexo Jornal, Fenajufe e UOL.
Nota do Sintrajuf/PE sobre o cancelamento da greve geral no dia 5
A cúpula das seis centrais sindicais decidiu suspender a greve geral marcada para o dia 5, sob o argumento de que a votação da reforma da previdência foi adiada. Aqui em Pernambuco o ato da terça (5) na Praça do Derby, às 15h, está mantido. Está mantida também a concentração no TRE às 14h.
Trabalhadores protestam no Derby contra reforma da previdência
Apesar da suspensão da greve geral pela cúpula das centrais sindicais, os trabalhadores e trabalhadoras foram para a rua nesta quinta-feira (05), mostrando disposição de luta e resistência contra a reforma da previdência do Governo Temer.
Sintrajuf e comissão predial da JF fazem vistoria em área que será o estacionamento do JEF
O grupo esteve no local, que fica ao lado do Museu do Trem, no centro da cidade, para fazer uma vistoria na área que foi concedida pelo Iphan para uso dos servidores da Justiça Federal lotados no Juizado Especial Federal (JEF).