O governo despenderá nova soma milionária com campanha publicitária em favor da reforma da previdência, que o marketing presidencial apelida de “nova previdência”. A mídia informou que a propaganda custará R$ 40 milhões e contará com apresentadores de TV e ações de merchandising em programas populares.

Foto: Brasil de Fato.

Apresentadores como Luciana Gimenez, Ratinho, Datena e Ana Hickmann falarão sobre o projeto de reforma em ações feitas em seus programas. A propaganda será veiculada nos canais abertos das empresas SBT, Record, RedeTV e Band. A Globo está incluída no plano de mídia mas apenas para a divulgação, nos intervalos comerciais de filmes publicitários. Os mesmos comerciais também serão exibidos nas demais emissoras. Como parte desse acordo, o apresentador Ratinho, do SBT, fará uma entrevista com Bolsonaro no próximo dia 27.

Foto: Revista Fórum.

O site Brasil de Fato destacou que “Com renda mensal média estimada em R$ 1,37 milhão – sem considerar o lucro das empresas próprias, outras propagandas e comissões –, os comunicadores milionários (...) estão numa faixa salarial que é 50 vezes maior que a média da população 1% mais rica do país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).”

“Manchetômetro”
A mídia empresarial apresenta um forte viés neoliberal e tem sido militante na defesa da reforma da previdência. As grandes empresas invisibilizam os argumentos contrários, prejudicando o direito da população à informação livre e plural.  É o que revela a recente pesquisa do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que monitora a cobertura das grandes empresas de comunicação sobre temas relevantes da política e economia.

O Brasil tem uma das piores situações em concentração, falta de pluralidade na mídia e liberdade de expressão nos grandes meios. A afirmação foi mais uma vez comprovada por uma pesquisa internacional de 2018, com o nome de Monitor de Propriedade de Mídia (MOM, na sigla em inglês), organizada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e no Brasil coordenada pelo Intervozes.

Em termos de concentração de mercado, por exemplo, o estudo apontou índices elevados, especialmente na televisão (a mídia mais consumida pelos brasileiros), em que as quatro principais redes (Globo, SBT, Record e Band) somam 71,1% de toda a audiência do país. No rádio também se verifica o fenômeno, que também afeta a internet. Veja mais aqui.

A batalha da comunicação

A categoria já conhece o poder da oligopolizada mídia comercial e a necessidade da luta pela democratização dos meios de comunicação, tendo aprovado no recente 10º Congrejufe resolução no plano de lutas nesse sentido, por proposição da Direção do Sintrajuf-PE.

É preciso usar as possibilidades da internet para furar esse bloqueio midiático ao debate livre. É fundamental a participação na batalha da comunicação! Ocupar as redes sociais e outros espaços para difundir os argumentos em defesa da previdência pública e solidária e para cobrar dos parlamentares a preservação dos direitos conquistados.

Aliás, você já pressionou um deputado da bancada de Pernambuco hoje? Não? Faça agora! Aqui!
Com informações de Brasil de Fato, Revista Fórum e Agência Brasil.