CONJUNTURA 1 de Fevereiro de 2019 - Por SINTRAJUF/PE

Composição da Câmara dos Deputados exigirá maior mobilização

Tomaram posse os eleitos para a 56ª Legislatura (2019-2023) da Câmara dos Deputados. Pernambuco terá 25 parlamentares, 14 deles reeleitos. O PSB elegeu cinco, PT, PDT, PRB e PP elegeram dois cada e doze outros partidos elegeram um cada. Essa bancada integrará um Congresso ainda mais conservador e, provavelmente, estará dividida quanto à agenda econômica e social do governo Bolsonaro.

Conforme Antônio Queiroz do DIAP, a oposição será composta por PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, Rede e PV. Em Pernambuco, esse campo partidário elegeu 10 deputados. MDB, PSDB, Solidariedade, PPS, Novo, Pros, Avante e outros ocuparão o centro, sujeito a variar em cada votação. Aqui, devem somar uns três parlamentares. Já PSL, DEM, PP, PR, PTB, PSD, PRB e outros serão claramente governo, ocupando cerca de metade da Câmara. Contarão com doze deputados pernambucanos.
A bancada sindical nessa legislatura será menor, com somente 33 representantes contra os 51 que exerceram mandato até 2018. A queda segue tendência que já se havia verificado na eleição de 2014, quando eram 83 deputados dessa área. Dos atuais 33 deputados sindicalistas, são 18 do PT, seguido do PCdoB (quatro), do PSB (três) e do PRB (dois). PDT, Pode, PR, PSL, PSol e SD elegeram um integrante cada. Em Pernambuco, apenas Carlos Veras (PT) integra esse grupo.
O DIAP divulgou em gráficos uma Radiografia da nova Câmara dos Deputados.
Confira a relação dos novos deputados federais eleitos em Pernambuco por ordem de votação:  
João Campos (PSB);Marília Arraes (PT);André Ferreira (PSC); Felipe Carreras (PSB); Silvio Costa Filho (PRB); Raul Henry (MDB); Túlio Gadêlha (PDT); Carlos Veras (PT); Bispo Ossesio (PRB); Renildo Calheiros (PCdoB); Fernando Rodolfo (PHS).
Confira a lista dos reeleitos e como se posicionaram em algumas das votações mais importantes para a Democracia e para os direitos dos trabalhadores, nos últimos anos:

Deputado

Impeachment

EC95

Ref.Trabalhista

Terceirização

Luciano Bivar (PSL)

---

---

---

---

Sebastião Oliveira (PR)

ABS

---

---

---

Pastor Eurico (Patriota)

SIM

SIM

NÃO

SIM

André de Paula (PSD)

SIM

SIM

SIM

SIM

Eduardo da Fonte (PP)

SIM

SIM

NÃO

SIM

Daniel Coelho (PPS)

SIM

SIM

SIM

NÃO

Fernando Coelho Filho (DEM)

SIM

SIM

SIM

SIM

Danilo Cabral (PSB)

SIM

NÃO

NÃO

NÃO

Wolney Queiroz (PDT)

NÃO

NAO

NÃO

SIM

Fernando Monteiro (PP)

----

SIM

SIM

SIM

Gonzaga Patriota (PSB)

SIM

NÃO

NÃO

AUS

Augusto Coutinho (Solidariedade)

SIM

SIM

SIM

SIM

Ricardo Teobaldo(Pode)

NÃO

SIM

SIM

SIM

Tadeu Alencar (PSB)

SIM

NÃO

NÃO

AUS

 
A agenda econômica e relativa a direitos, a serviços e servidores públicos de Bolsonaro vem sendo classificada como uma radicalização da agenda do governo Temer. Dentre os deputados reeleitos, os que votaram Sim para a maioria daquelas medidas e “reformas” são inclinados a apoiar as “reformas” propostas pelo novo governo nessas áreas.
Matéria da Marco Zero Conteúdo sobre a bancada pernambucana revela que, apesar de vedado o financiamento empresarial (PJ) de campanha, o patrocínio de grande parte dos eleitos veio do campo empresarial, principal promotor e interessado na mencionada agenda. Os ramos de energia, agronegócio, combustíveis, imobiliário, hospitalar, construção e engenharia civil foram decisivos nas eleições de 2018, no estado.
No cenário de fragilidade do movimento sindical, sob os efeitos da reforma trabalhista e da terceirização irrestrita, e diante da redução da bancada na Câmara, será bem maior a necessidade de articulação, unidade e mobilização para enfrentar o clima hostil e as propostas de aprofundamento das medidas antitrabalhador.
Fonte: Marco Zero Conteúdo; DIAP; Congresso em Foco; Câmara.