Na próxima segunda-feira (22), a Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados) e a Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União) darão início – em todo território nacional – a uma Pesquisa de Saúde, inédita, que deverá apontar os riscos psicossociais no ambiente de trabalho no judiciário. A pesquisa tem como público-alvo os trabalhadores e trabalhadoras do judiciário federal, estadual e MPU (Ministério Pública da União).
A Pesquisa Nacional de Saúde do trabalhador e trabalhadora do Poder Judiciário e do MPU possibilitará a construção de uma base nacional de dados que dê suporte e formação aos sindicatos, a fim de capacitá-los na ação conjunta para elaboração e disputa de propostas junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O conjunto de dados obtidos com o cruzamento das informações levantadas pelo Protocolo vão identificar as situações de assédio moral e possibilitar a construção de políticas que permitam combater a prática abusiva, a gestão autoritária e proporcionar um ambiente de trabalho com mais qualidade de vida.
A Fenajud e Fenajufe farão, junto aos sindicatos de base, um trabalho intenso de divulgação para sensibilizar a categoria a responderem o questionário da pesquisa. O link é aberto e será enviado para todos os sindicatos filiados pelas Federações, para que estas encaminhem aos seus sindicalizados. O material também poderá ser acessado diretamente nos sites das duas Federações, bem como nas entidades de base.
O coordenador de Saúde e Previdência da Fenajud, Guilherme Peres, aponta que “a Pesquisa Nacional de Saúde será um marco para os trabalhadores do judiciário. Ela irá identificar e demonstrar os danos à saúde causados pelo excesso de trabalho de forma sistemática, em todo o judiciário nacional (estadual e federal), tudo sob o crivo científico da Universidade de Brasília, uma das melhores do país.”
A coordenadora da Fenajufe, Mara Weber destacou que a pesquisa será um marco para a garantia de uma boa qualidade de vida para os servidores e servidoras. “Essa foi à primeira reunião organizativa, agora vamos trabalhar na identidade visual e divulgação junto aos nossos sindicatos. A pesquisa deixará um legado pra toda a categoria. Será criado um banco de dados sobre a categoria e a partir desses dados propor políticas para cobrar a garantia de um ambiente de trabalho livre de sofrimento e adoecimento que necessariamente exige mudança no modelo de gestão do trabalho, gestão de pessoas e de atenção à saúde dos servidores e servidoras do Judiciário e MPU. Estamos trabalhando com a meta de inicio de aplicação para outubro. Muito trabalho pela frente mas a direção da Fenajufe está comprometida com esse trabalho”, concluiu.
O estudo será coordenador pela professora Ana Magnólia Mendes e o professor Emílio Faças, do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB).
O Protocolo
O questionário vai abordar quatro eixos, sendo o primeiro, as relações de trabalho e o modelo de gestão adotado na unidade. Já o segundo trafega pelo sofrimento relacionado ao trabalho, gerado por fatores como a falta de reconhecimento, o sentimento de inutilidade entre outros. O valor do trabalho tanto para o servidor quanto para a instituição integram o terceiro eixo. Já o último busca identificar os danos físicos, psicológicos e sociais causados aos trabalhadores e trabalhadoras do judiciário. O Protocolo conta ainda com um questionário complementar que fornecem dados para a construção do perfil demográfico da categoria, também irá trabalhar aspectos específicos.
Debate
A Fenajud e a Fenajufe realizaram três encontros com a Universidade de Brasília para definir a metodologia a ser utilizada na pesquisa sobre a saúde do trabalhador e trabalhadora. A atividade foi organizada pelas duas federações, por meio de seus coordenadores, pela Fenajud: Guilherme Peres, Adriana Pondé, Janivaldo Nunes, Dinizio Souza e Wagner Ferreira; pela Fenajufe: Mara Weber, Costa Neto, Marcos Santos e o assessor Alexandre Marques.
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