Alerta constantemente reiterado por estudiosos das relações de trabalho e que é realidade constatável no serviço público, os ambientes tóxicos permeados pelo autoritarismo e marcados por constantes situações de assédio moral, respondem diretamente pela degeneração da qualidade de vida nos ambientes de trabalho. O resultado é o submetimento do servidor a um quadro de pressão que sempre resulta em adoecimento, físico e mental. Não raro os casos extremos se manifestam pela necessidade por fim ao sofrimento, dando cabo à à própria vida.
No Judiciário Federal não é diferente. Agravada pela manifesta constatação da Síndrome do Pequeno Poder*, as situações de assédio aumentam a pressão sobre os servidores, já extenuados pelo cumprimento de metas e pela própria organização do ambiente de trabalho. Levantamentos das entidades do setor apontam para um alto índice de pessoas que já pensaram em suicidar-se. No extremo final desse caminho, paulatinamente vão sendo registrados casos de servidores que tiraram a própria vida nos locais de trabalho. O suicídio passa de ameaça, a uma realidade muito próxima.
Especialistas no tema alertam para o suicídio como expressão da deterioração da condição existencial do indivíduo, geralmente ligada a situações de assédio moral. Autor de um detalhado estudo sobre suicídio no serviço público, o médico e professor d José Roberto Montes Heloani alerta para a letalidade do assédio moral. Segundo ele, todo suicídio é uma mensagem do individuo sobre o que se passa em sua vida. Mortes no ambiente de trabalho refletem a deterioração das condições laborais e a frequente exposição ao assédio. São reflexos diretos da nova organização do trabalho, que transforma chefes e subordinados, em meros cumpridores de metas. O assunto requer enfrentamento e precisa ser tratado coletivamente, de maneira solidária.
Com ações voltadas à prevenção, sindicatos da Fenajufe buscam ofertar amparo às bases nos estados e monitoram a deterioração das relações de trabalho no ambiente laboral.
Prevenção: falar é a melhor solução. Ligue 188
Segundo o Ministério da Saúde, em 2016 foram registradas 11.433 mortes por suicídio no Brasil. Um crescimento de 2,3% em comparação a 2015. São números que impressionam e tendem a crescer ante a permanência de situações como a fragilidade social e instabilidade econômica.
Iniciada em 2015, o Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). As parcerias foram ampliadas e a iniciativa, hoje, conta com o apoio de diversas entidades e organizações.
Com o objetivo de mobilizar e sensibilizar a sociedade, a ideia é colocar em suicídio em debate. É falar sobre o tema, o que já foi um tabu, inclusive para a imprensa, sob o manto do “evitar falar para não incentivar”. A postura está mudando e o debate precisa ser diário num país onde são registrados 32 suicídios diariamente, com uma morte a cada 45 minutos.
Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24 horas e sem custo de ligação), pessoalmente (nos 93 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat e e-mail. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita. Conheça aqui os postos e horários de atendimento.
STF tem maioria a favor da criminalização da homofobia e transfobia
Até agora já são seis votos para enquadrar homofobia e transfobia na lei contra o racismo, o que garante vitória. O tema volta à pauta em 5 de junho.
Garoto-propaganda da reforma da Previdência, Ratinho deve R$ 76 milhões à União
Apresentador e seu filho, o governador Ratinho Jr, são sócios em empresa familiar que deu calote no fisco brasileiro
Comissão de Direitos Humanos revoga dispositivo da reforma trabalhista para garantir Justiça gratuita ao trabalhador
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou, na quinta-feira (23), o PSL 267/2017, do senador Paulo Paim (PT-RS), que garante o acesso dos trabalhadores à gratuidade judiciária. Segundo ele, tal direito foi prejudicado pela reforma trabalhista de 2017.