Desde que foi aprovada, no final de 2016, jamais ficou tão evidente o que pode significar a aplicação da Emenda Constitucional 95 para os serviços públicos e os servidores. O texto substitutivo ao projeto de diretrizes para o orçamento de 2019 levado a voto no plenário do Congresso Nacional, vedava quaisquer reajustes, concursos públicos e o provimento de cargos, inclusive para reposição de vagas abertas por aposentadorias.
A pressão dos sindicatos, boa parte reunida no Fonasefe (Fórum das Entidades Sindicais Nacionais dos Servidores Públicos Federais), do qual o Sintrajud participa, conseguiu reverter em parte o desastre. Foram 15 horas de presença ininterrupta de servidores no Congresso Nacional naquele dia 11 de julho.
“Num dia longo e desafiador, fizemos um esforço desde as primeiras horas para articular apoios a alterações na LDO. Após a manutenção das restrições na Comissão Mista de Orçamento, sentimos o cansaço e desânimo se instalarem em vários dos nossos, mas o esforço de conversar com os parlamentares até a última hora foi fundamental para garantir a mudança de posicionamentos no Plenário”, analisou o servidor Adilson Rodrigues, da Justiça Federal de Santos e coordenador-geral da Fenajufe.
Apesar do sucesso parcial da empreitada e do esforço das direções sindicais, confirmou-se o que representa um regime fiscal que restringe por 20 anos a majoração das despesas primárias da União à atualização monetária, enquanto mantém os cofres abertos para despesas com juros das dívidas públicas. Relatório recém-divulgado assinado pelo ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União, analisando os números financeiros da União em 2017, aponta para o colapso dos serviços públicos num prazo de seis anos. Inclusive com riscos para o pagamento de salários e continuidade de programas sociais.
O cenário fez com que o Fórum das Entidades Sindicais Nacionais dos Servidores Públicos Federais elegesse como prioridade a luta pela revogação da Emenda Constitucional 95, que integra a campanha salarial unificada da categoria. A mobilização, ainda incipiente, já se mostrou decisiva na votação da LDO. Mas precisa crescer, e muito, para de fato colocar em xeque as barreiras orçamentárias em vigor.
Disputa orçamentária segue indefinida
Se a vedação imediata a quaisquer reajustes ou reestruturações com impacto financeiro foi derrubada pela mobilização na votação da LDO, a política de restrições aos concursos públicos e ao provimento de cargos e funções não foi totalmente excluída do texto.
Um artigo que acabou mantido diz que as autorizações referentes ao provimento de cargos ficariam restritas basicamente à reposição de vagas em cinco áreas (saúde, educação, segurança, defesa e diplomacia) ou em caso de concursos públicos que expirem em 2019 e tenham sido publicados até 30 de junho de 2018, limitadas às vagas previstas nos editais.
Outro aspecto negativo do texto aprovado é a vedação de reajustes para auxílio-alimentação e pré-escolar. “O governo quer impor restrições e conseguiu aprovar um texto que mantém limites ainda severos, teremos que combater isso em todas as frentes possíveis”, avalia o servidor Tarcísio Ferreira, da direção do Sintrajud.
Para o assessor parlamentar da Fenajufe Thiago Queiroz, o texto final da LDO acaba dando margem a mais de uma interpretação nos aspectos relacionados aos servidores, quanto aos cargos e quanto aos reajustes – já que, ao contrário das diretrizes dos últimos anos, embora não proíba, não traz a previsão de possíveis aumentos.
Quanto aos cargos, traz no item mantido uma contradição em relação ao que pretendia o legislador, já que a supressão do artigo 92-A deixou clara a intenção dos parlamentares de derrubar a vedação prévia a concursos e contratações. Aspectos que estarão outra vez em disputa na definição da Lei orçamentária de 2019. Tende a prevalecer o resultado dos enfrentamentos políticos e a mobilização pode ser decisiva.
Doação de sangue
João Manoel de Barros Neto, irmão da servidora Rosanna de Moura Barros, do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, encontra-se internado no Hospital Português e precisa de doações de sangue, de qualquer tipo, com urgência.
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O Sintrajuf-PE requereu ao Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6) duas medidas de interesse da categoria, sobretudo da(o)s servidora(e)s que trabalham no Interior.
Encontro Nacional da Fenajufe de Pessoas com Deficiência discute inclusão no judiciário
Aconteceu no último fim de semana, o 1º Encontro Nacional da Fenajufe de Pessoas com Deficiência com o intuito de discutir a acessibilidade e inclusão para os servidores PCDs do PJU e MPU.