A ação relativa à data-base dos servidores públicos não foi apreciada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal na sessão ocorrida na quinta-feira (21). Remetido para sexto item da pauta, a sessão foi encerrada pela ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte, ainda no segundo ponto da lista de ações pautadas para o dia.
Servidores, parte deles dirigentes sindicais, que acompanhavam a sessão voltaram a falar com alguns ministros, para assinalar a importância dessa demanda para onze milhões de trabalhadores do funcionalismo público em todo o país.
O processo em questão foi movido por servidores estaduais de São Paulo, que cobram o pagamento de indenização por omissão do chefe do Executivo em encaminhar projeto de revisão ao Legislativo. A repercussão geral da ação já foi reconhecida pelo Supremo. A ação que na véspera chegou a ser o terceiro item de pauta pulou para sexto na sessão desta quinta-feira, por decisão da ministra Cármen Lúcia.
O servidor Erlon Sampaio, da coordenação da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Fenajufe), participou desses dias de mobilização em Brasília, e avalia que a data-base é hoje a pauta mais importante do funcionalismo nacionalmente. “Não somente para os trabalhadores do Judiciário, mas para todos os servidores públicos do nosso país, e busca corrigir uma injustiça histórica, um direito constitucional dos trabalhadores do serviço público. Mas esse julgamento somente ocorrerá se houver mobilização de todas as categorias envolvidas. Penso que no íntimo os ministros têm consciência desse direito e da importância dessa pauta, mas ainda não julgaram talvez por pressão do Executivo”.
O ministro Dias Toffoli, atual vice-presidente do Supremo e que assumirá a Presidência da Corte em setembro, disse aos servidores que iria conversar com a ministra Cármen Lúcia sobre a inclusão do processo na próxima sessão. Ele está com o voto-vista a ser apresentado na retomada do julgamento. Participaram da conversa com o ministro os servidores Adilson Rodrigues, da coordenação-geral da Fenajufe, os dirigentes do Sintrajud Cláudia Vilapiano e Tarcísio Ferreira, a servidora do Judiciário em Minas Gerais Tâmisa Gonçalves e Paulo José da Silva, do Sitraemg. Além de dirigentes do Sindireceita (Sindicato Nacional dos Analistas-
Tributários da Receita Federal do Brasil) e da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), que organiza trabalhadores de categorias do Poder Executivo. Os servidores também conseguiram falar, ao final da sessão, com o ministro Marco Aurélio, que é o relator do processo e apresentou parecer favorável à demanda da categoria. O ministro disse lamentar não ter dado tempo de retomar o julgamento e que a inclusão na pauta da próxima semana estava em boas mãos com Dias Toffoli.
Para Tarcísio, a presença dos servidores e das assessorias jurídicas das entidades sindicais durante a sessão foi importante e chamou a atenção dos ministros para a questão. “O ministro Toffoli mostrou-se a par do assunto e nos disse que ele e o ministro Marco Aurélio defenderiam a inclusão da ação na pauta”, disse.
Avaliação compartilhada por Adilson Rodrigues, que parabenizou a todos que participaram e ressaltou que esse movimento deve ter continuidade e ganhar corpo. “Vamos aproveitar o espaço de agora até a próxima sessão para buscar agendamento de audiências com os [quatro] ministros que ainda faltam votar no processo, para dar continuidade à cobrança dos votos favoráveis ao reconhecimento do direito”, defendeu. “Chamamos todos a participar e ajudar nesta batalha, onde temos condições de garantir a vitória”, disse.
STF reconhece COVID-19 como acidente de trabalho
Pouco mais de um mês após ser criada a medida provisória 927/2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu em liminar que o fato de o trabalhador ser contaminado por COVID-19 é considerado como doença ocupacional, o que, por sua vez, equipara-se a acidente de trabalho.
Mobilização Urgente: Câmara vota congelamento de salários e carreiras do serviço público
A Câmara dos Deputados pode votar nesta segunda-feira (4), o projeto de lei complementar que concede socorro financeiro aos estados (PLP 149/19). Entre as alterações, está a absurda imposição de congelamento de salários e carreiras de todo serviço público (federal, estadual, distrital e municipal).
Senado aprova congelamento de salários de servidores por um ano e meio
O Senado aprovou na calada da noite do último sábado (2), por 79 votos a 1, o projeto de lei de socorro financeiro aos estados e que congela por um ano e meio o salário dos servidores públicos.