O 1º encontro LGBT+ realizado pela Fenajufe oportunizou discussões de grande relevância não apenas para a categoria, mas também para a sociedade. Na avaliação da(o)s participantes, o evento deu um passo importante na história de luta da Federação e sindicatos em defesa da categoria em toda sua diversidade e por uma sociedade mais justa e igualitária. O Sintrajuf-PE esteve presente neste momento de discussão e reflexão, representado presencialmente pelo servidor José André Carneiro, e remoto, pelo presidente e coordenador da Federação, Manoel Gérson, pela diretora Andréa Pessoa.
Confira palestras e debates aqui: https://www.youtube.com/watch?v=COFCkNvAwuU
Importante ressaltar as falas que explicaram a pertinência e a necessidade de envolvimento dos sindicatos com essa pauta e com outras como mulheres e negra(o)s, já que trabalhadoras e trabalhadores do Judiciário vivenciam o dia-a-dia do trabalho de acordo com sua condição pessoal, tendo as questões de classe e seus direitos laborais impactados pelas questões de gênero, raça, orientação afetiva. Daí que os sindicatos devem abordar o e a trabalhadora em sua diversidade real, não de forma abstrata.
Ao final, foi expressa a satisfação de todas, todos e todes, que consideraram o evento emocionante e um “divisor de águas” nas lutas da Fenajufe. As e os participantes retornaram aos seus estados de origem com a certeza de que a pauta LGBTQI+ será ponto garantido nos espaços de discussões permanentes da categoria e com um conjunto de encaminhamentos para organizar a atuação dos sindicatos.
Segundo José André Carneiro, que apresentou parte das propostas aprovadas no encontro, a participação do Sintrajuf-PE foi um marco histórico do envolvimento do movimento sindical do PJU em Pernambuco com as lutas do movimento LGBT no Brasil. “Fica evidente a urgência de toda(o)s trabalhadora(e)s hoje se solidarizarem com os servidora(e)s LGBT na luta contra a violência no local de trabalho e na promoção dos direitos civis destes mesmos”, afirmou.
Como forma de simbolizar o encontro, José lembrou dos versos da canção “Todos Juntos”, de Chico Buarque que diz: “Esperteza, Paciência / Lealdade, Teimosia / E mais dia menos dia / A lei da selva vai mudar. Todos juntos somos fortes / Somos flecha e somos arco / Todos nós no mesmo barco / Não há nada pra temer / Ao meu lado há um amigo / Que é preciso proteger / Todos juntos somos fortes / Não há nada pra temer”.
Manoel Gérson elogiou as palestras e as intervenções das mães de LGBTs e colegas como momentos fortes de formação. “Importantes as falas sobre a interseccionalidade da discussão, envolvendo questões de classe e outras que atravessam as discriminações”, afirmou. “Saio mais convencido da importância de fazer essa discussão no sindicato, considerando o e a trabalhadora em sua dimensão pessoal real. Agora é divulgar os encaminhamentos e chamar a organizar mais em núcleo ou outra forma essa luta para atuar nos tribunais e ajudar a luta contra as discriminações fora dos tribunais”.
Vários representantes elogiaram a Fenajufe por ouvir e buscar articular a categoria considerada toda sua diversidade, já tendo realizado atividades de mulheres, PCDs, negros e negras, além de cada cargo da carreira, mas sempre com a compreensão do todo, da unidade da categoria e suas pautas.
Conheça algumas propostas apresentadas durante o encontro:
>> Sindicatos que ainda não possuem criar Núcleo contra Opressões, conforme realidade local, estimulando a participação de todos;
>>Programa de treinamento de servidores e prestadores de serviços em direitos LGBTQI em conjunto com comitês de prevenção e combate ao assédio nos tribunais; discutir no CNJ reserva de vagas de serviços, estagiários e servidores para pessoas trans; propor semana do Orgulho junto com as administrações no mês dedicado a tema para promover a reflexão;>> Reivindicar junto aos tribunais que o tema da luta dos direitos humanos, da luta das mulheres, negros e negras e pessoas LGBTs seja incluído nos processos de formação e capacitação dos órgãos;
>> Propor a criação de núcleos ou conselhos nas unidades do PJU para o acolhimento das pessoas LGBTQIAP+ e o recebimento de denúncias dos casos de LGBTfobia;
>> Propor que os Tribunais adotem Política de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade, por meio de seus normativos internos, dispondo sobre ações e projetos que devem ser implementados com o escopo de combater a discriminação de todos aqueles que são vulneráveis, pelas suas condições pessoais, a exemplo da mulher, do negro e dos LGBTQIAP+;
>> Reforçar que, além da imprescindível criação de Núcleos, as entidades sindicais pautem o tema da luta das pessoas LGBTs em eventos gerais da categoria, como Congressos, Plenárias, além de eventos específicos e organizativos das pessoas LGBTs.
Com informações da Fenajufe
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