A tentativa do senador Garibaldi Alves (MDB/RN) de aumentar a alíquota previdenciária paga pelos servidores públicos para até 22% não resistiu à pressão das entidades sindicais do funcionalismo e à repercussão negativa da notícia. É o que afirmam dirigentes sindicais e assessores parlamentares, ouvidos pela reportagem, sobre a decisão do senador de retirar seu projeto de tramitação.
Inicialmente, o senador Valdir Raupp (MDB/RO), relator do projeto, já havia retirado o seu parecer, que contrariava os servidores, para fazer possíveis alterações, sem revelar quais. Logo depois, o próprio autor da proposta retirou a matéria de tramitação, que será arquivada. Às duas movimentações dos parlamentares, antecedeu a divulgação da notícia e a pressão de representantes sindicais aos senadores para contestar o projeto. PLS 395/2017 estava na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
A repercussão negativa a cinco meses das eleições de outubro teria sido fatal para o projeto. “Com certeza foi a pressão das entidades e a repercussão negativa da proposta que a derrubou”, avalia o assessor parlamentar Antonio Queiroz, que integra a direção do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) e assessora a Fenajufe.
Garibaldi foi ministro da Previdência Social no governo de Dilma Rousseff (PT), no primeiro mandato dela.
Vitórias não extinguem ameaça
A avaliação geral entre dirigentes sindicais, no entanto, é que após as eleições a questão previdenciária e as propostas que eliminam direitos da classe trabalhadora tendem a voltar à tona. Com a decisão de Garibaldi Alves de retirar o projeto, os movimentos nacionais contrários às ‘reformas’ da Previdência Social obtêm a terceira vitória em 2018. Em fevereiro, o presidente Michel Temer (MDB) anunciou a suspensão da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional 287/2017. Em abril, a Medida Provisória 805/2017, que adiava parcelas de reajustes salariais dos servidores do Executivo e aumentava a alíquota previdenciária de 11% para 14% de todos os servidores federais, perdeu a eficácia ao não ter sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do prazo limite.
De todo modo, a tentativa de alguns senadores em tocar, às vésperas das eleições, um projeto tão impopular como o de Garibaldi, não obstante o fracasso da proposta, corrobora com as avaliações de representantes desses movimentos de que a luta contra a reforma da Previdência não pode parar nunca. Os direitos previdenciários dos trabalhadores seguem na mira de governos, dos grandes empresários e do parlamento. Reduzi-los está entre os objetivos centrais da Emenda Constitucional 95, que congela as despesas primárias do orçamento da União até 2036.
Último dia para inscrições de chapas para as eleições Sintrajuf-PE 2021
A Comissão Eleitoral informa que HOJE, 15 de setembro, é o último dia para inscrições de chapas para o processo eleitoral de renovação da Diretoria e do Conselho Fiscal do Sintrajuf-PE.
Primeiro dia de mobilização em Brasília foi intenso. Mas é preciso aumentar a pressão
As mobilizações contra a PEC32 em Brasília, e em várias capitais do País, nesta terça-feira (14), foram bem representativas. Mais de 300 servidoras e servidores de todo o Brasil foram recepcionar os parlamentares que chegavam para as atividades no Congresso.
PEC 32 - Análise do substitutivo apresentado na Comissão Especial da Câmara
Às vésperas de completar um ano da apresentação à Câmara dos Deputados foi apresentado o parecer do relator da PEC 32/20 na Comissão Especial, deputado Arthur Maia (DEM/BA).