JUSTIÇA ELEITORAL 6 de Julho de 2021 - Por SINTRAJUF/PE

Após embate entre partidos, voto impresso segue na pauta da Câmara


A comissão especial do voto impresso decidiu pela manutenção da discussão da PEC 135/2019 na Câmara. Na última segunda (5), o colegiado esteve reunido por mais de quatro horas em uma sessão conturbada. O propósito inicial era votar o relatório final do texto, mas o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) apresentou requerimento para retirar a matéria de pauta. A votação deu empate, com 15 a 15, sendo utilizada a posição do relator, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), como critério de desempate. Ele defendeu continuidade da análise e uma nova reunião está prevista para quinta-feira (8).


Apoiaram a retirada de pauta PT, PSD, PSDB, MDB, PDT, PSOL, PCdoB e PV. O PSB se manteve dividido. DEM, PSL, PP, PSC Cidadania, Republicanos, PTB, Podemos, Patriota e Novo se posicionaram contra a retirada de pauta.


A PEC do voto impresso foi apresentada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) e é defendida por parlamentares bolsonaristas que fazem coro a falas do presidente contra a lisura do sistema eleitoral brasileiro. Partidos que já se manifestaram contra a proposta começaram a substituir os deputados de suas bancadas favoráveis à matéria que integram a comissão como titulares.


A deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) foi uma das primeiras a ser trocada. Nas redes sociais, ela reclamou da medida. “Fui RETIRADA da Comissão do Voto Impresso. Deputados que são a favor do tema foram trocados por parlamentares contrários. É absurdo irem contra algo que torna a eleição brasileira mais moderna e transparente. Por isso, #EuApoioVotoAuditavel”.


Ainda nesta segunda, em sessão temática no plenário do Senado, o presidente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, alertou para riscos de fraude e judicialização das eleições de 2022 caso o voto impresso seja retomado. Ele apontou que se o candidato à presidência desconfiar do resultado do pleito "vai criar dificuldade administrativa".


"Tudo isso oferece risco para o sigilo, risco grande de fraude e risco de judicialização, porque a contagem manual vai dar diferença em relação a contagem eletrônica. Até em caixa de banco ou caixa de empresa, no final do dia, você tem que fazer uma reconciliação", disse Barroso.


Fonte: Congresso em Foco

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