O debate sobre a compra de vacinas pela iniciativa privada cresceu na última semana de janeiro após o Governo Federal assinar uma carta de intenção para empresas brasileiras a obterem 33 milhões de doses da AstraZeneca, na condição de metade do lote ser destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar da destinação de parte da compra para a população, especialistas alertam sobre as consequências negativas que podem surgir com essa medida.
Apesar do apoio do presidente Jair Bolsonaro, a AstraZeneca declarou que não tem vacinas contra a COVID-19 para fornecer à iniciativa privada. Em comunicado, disse que “no momento, todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, incluindo da Covax Facility, não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado”.
Mesmo sem a possibilidade imediata de aquisição das vacinas, o professor de Direito Econômico na Faculdade de Direito da USP, Diogo Coutinho criticou a estratégia. “A vacinação privada vai acirrar as desigualdades já preexistentes e muito agravadas no caso brasileiro. As elites vão se vacinar antes e, ao se vacinar antes, vão deixar de fazer a pressão política imensa que só elas, as elites, são capazes de fazer em favor de uma vacinação massiva”, avaliou.
Para a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Global da USP, Deisy Ventura, a vacinação particular além de atrapalhar a imunização coletiva, também não garante a saúde de quem recebeu a dose, “Quando não existe uma estratégia de prioridade, de controle, a vacina vai iludir a pessoa que a recebeu, que provavelmente vai baixar a guarda em relação a outras medidas de proteção e pode ser infectada e transmitir a infecção a outras pessoas”, explica Ventura.
O contexto em que o Brasil vive na pandemia é grave em comparação a outros países. Com mais de 209 milhões de habitantes, até o momento, apenas 3,5 milhões de pessoas foram imunizadas com as primeiras doses das vacinas. No total, nove milhões de pessoas já foram contaminadas e mais de 230 mil morreram.
Texto: Mayara Moreira
Com informações do Portal Vermelho
Setembro Amarelo: ambientes tóxicos e a perda da qualidade de vida no trabalho
Prevenção: falar é a melhor solução. Ligue 188. Segundo o Ministério da Saúde, em 2016 foram registradas 11.433 mortes por suicídio no Brasil. Um crescimento de 2,3% em comparação a 2015.
Temer edita decreto que regulamenta terceirização na Administração Federal
As novas medidas se aplicam à Administração Federal direta, indireta, autárquica e fundacional, além de empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União.
Toffoli assina MP que reabrirá adesão ao Funpresp
O presidente do STF, Dias Toffoli, assina, nesta terça-feira (25), Medida Provisória que estenderá por seis meses o processo de adesão ao Funpresp.