As servidoras e servidores da Justiça do Trabalho e a própria Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6) foram alvo de grosserias e ofensas proferidas através do Instagram por parte do advogado José Pereira da Silva Filho, através do perfil @jpfilhoadv na conta da rede social do Tribunal (@trt6pe).
O advogado reagiu a um post do TRT6 sobre o retorno gradual às atividades presenciais acusando servidores de não trabalharem. Segundo ele, “Tribunal precisa é colocar seus funcionários para trabalhar!!”.
Vários servidores contestaram o advogado explicando que estão trabalhando, e intensamente, de forma remota, desde o início da pandemia. Isso vem se refletindo nos índices de produtividade da Justiça do Trabalho, comprovados por dados públicos e por vários outros advogados. As servidoras e servidores também tentaram esclarecer sobre a situação de emergência sanitária nacional e mundial por conta da pandemia.
José Pereira Filho acusou coletiva e individualmente servidores de serem “casta”, “péssimo funcionário”, de quererem ficar em casa sem nenhuma preocupação com os jurisdicionados, de terem “vontade de não exercer o múnus público”, de “não querem atender os jurisdicionados e advogados”e de estarem sendo corporativistas por conta do teletrabalho.
Para o citado advogado, a posição dos servidores é “mimimi” e os efeitos nefastos da pandemia no País são culpa “do Ministro Mandetta e os governadores esquerdistas” e do não uso de hidroxicloroquina...
O advogado trabalhista ainda defendeu que a “reforma administrativa vem aí para acabar com boa parte desses privilégios”; e que é “a favor da extinção da Justiça do Trabalho e dos elementos que a denigrem”, argumentando que nos EUA não “existe essa aberracão no judiciário deles!!”
Na argumentação ele usou termos como “esquerdalha”, “lixo de esquerda”, “se muda pra Cuba”. O Sintrajuf-PE repudia a postura do advogado e tomará as medidas as medidas cabíveis.
NOTA DE REPÚDIO
A Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal em Pernambuco - SINTRAJUF-PE, manifesta firme REPÚDIO à postura do advogado José Pereira da Silva Filho expressa no Instagram do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), no dia 28 de setembro, e informa que tomará as medidas cabíveis em defesa da categoria.
Em reação a comunicado sobre o retorno ao trabalho presencial e a implantação de medidas de segurança contra a COVID-19, o advogado ofendeu coletivamente servidoras e servidores e a própria Justiça do Trabalho.
Nas palavras dele os servidores por corporativismo não querem trabalhar, negam-se a exercer seu múnus público e voltar ao trabalho presencial. Ainda classificou os servidores de “casta” com privilégios, “péssimos funcionários” e usou termos como “esquerdalha” e “lixo de esquerda”.
O advogado declarou-se “a favor da extinção da Justiça do Trabalho e dos elementos que a denigrem”, adjetivando o Órgão como “aberração”.
As servidoras e servidores vêm se dedicando sobremaneira no teletrabalho para garantir ao máximo o cumprimento da função social da Justiça do Trabalho! E estão fazendo isso em condições difíceis, com a família, inclusive filhos em idade escolar, confinados. Os resultados são públicos, com elevação da produtividade.
Ainda atravessamos situação de pandemia que atinge cerca de um milhão de mortes no mundo. A retomada gradual do trabalho presencial e com adoção de medidas de segurança é uma recomendação de autoridades científico-sanitárias que protege servidores, advogados, juízes, partes e a população em geral. A visão negacionista da gravidade do problema e o desprezo pela vida estão nas causas da catástrofe de mais de 140 mil vítimas no Brasil.
A Justiça do Trabalho é um patrimônio do povo brasileiro e garante um mínimo de civilidade nas relações capital-trabalho. Por isso é alvo de ataques – como os próprios servidores – por parte de setores que promovem brutal regressão social com o rebaixamento da proteção social.
Reiteramos o repúdio à postura agressiva e intolerante do advogado e reafirmamos disposição de luta em defesa da vida, dos direitos dos trabalhadores e da Justiça do Trabalho!
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