Helcio Duarte Filho
Movimentações contrárias e a favor da reforma da Previdência marcaram os dois primeiros dias dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional em 2018, na segunda (5) e terça-feira (6). Enquanto trabalhadores se deslocaram para os aeroportos desde as primeiras horas da manhã, para abordar deputados e senadores que se dirigiam a Brasília, algumas lideranças do governo fizeram esforço concentrado para desmentir os rumores de que a Proposta de Emenda Constitucional 287/2016 naufragara.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou que colocará a matéria em pauta a partir de 19 de fevereiro. Deu declarações dizendo-se otimista quanto à votação em fevereiro, disse que pautará a matéria no dia 20, mas voltou a observar que o mês é a data-limite para o projeto nesta legislatura.
O relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse a jornalistas que ainda acredita na votação da PEC, porém externou achar que o mais provável é que a votação fique para a última semana do mês e não mais na seguinte ao Carnaval. Igualmente defendeu que esse seja o limite para a primeira votação no Plenário da Câmara. “Ou vota, ou tira [a proposta da pauta] e acaba com essa conversa”, chegou a declarar.
Governo em busca de votos
Ao contrário do que se cogitara, o relator disse que não haverá divulgação de possível emenda aglutinativa com alterações em troca de supostos votos. A emenda, sustentou Arthur Maia, somente será apresentada por líderes partidários quando a matéria for lida no Plenário. O acordo do governo com eventuais mudanças estaria condicionado a promessas de votos favoráveis à reforma.
O Planalto reconhece que não tem os 308 necessários para aprovar emendas constitucionais. Para tentar buscar os votos que faltam – o secretário de Governo, Carlos Marun, fala em mais 40 deputados –, estaria negociando alguns pontos da proposta. Os principais, regras menos rígidas para os servidores empossados antes de 2003 e o aumento do teto de dois salários mínimos para o acúmulo de aposentadoria e pensão.
Audiência pública e ato
Servidores também estiveram no Congresso para conversar com deputados e assessores e defender a rejeição da proposta. Participaram, ainda, na terça-feira (6), de audiência pública sobre a CPI da Previdência, na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa do Senado, e de manifestação na Câmara dos Deputados.
Foram horas de contatos com parlamentares e assessores. “Ainda que governo não tenha, hoje, os 308 votos necessários, as movimentações apontam para um esforço grande de negociação para tentar chegar a esse número, realidade por enquanto distante de ‘jogar a toalha’, como algumas matérias chegaram a sugerir essa semana”, observou o servidor Cristiano Moreira, da coordenação da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU) e do Sintrajufe-RS, sindicato da categoria no Rio Grande do Sul. “Se conseguimos impedir a votação até agora, é fato que podemos vencer e derrotar o confisco de nossa aposentadoria. Mas não podemos dar o jogo por jogado e baixar a guarda”, disse.
‘Pompa, tapete vermelho e corrupção’
As servidoras do Judiciário Federal Claudia Vilapiano e Lynira Sardinha, da direção do Sintrajud, o sindicato da categoria em São Paulo, participaram dos dois dias de atividades em Brasília e corroboram com a avaliação de que não é possível arrefecer: fevereiro deverá ser um mês decisivo para o futuro dos direitos previdenciários no Brasil. “Os deputados [governistas] afirmaram que o relatório será [lido] no dia 19 e que talvez a votação fique para a semana seguinte”, relatou Claudia. Para Lynira, não há dúvida que, embora muitos parlamentares declarem-se contrários à reforma, as mobilizações precisam ser reforçadas nas próximas semanas – e construído o dia de protestos e paralisações convocado para 19 de fevereiro.
A cerimônia solene que iniciou os trabalhos legislativos – com “pompa, circunstância e tapete vermelho” – causou má impressão nas servidoras. “Um gigantesco aparato montado para o espetáculo da abertura do ano legislativo, para um Congresso com inúmeros parlamentares encrencados com a corrupção e que ainda tentam entregar a soberania do país e os [direitos] dos trabalhadores”, resumiu Lynira.
Sintrajuf-PE convida categoria para ato no Derby dia 23 de março!
O Sintrajuf-PE convida toda a categoria para o ato político-cultural em defesa da democracia. Convocado por diversos setores sociais, o ato marca a passagem dos 60 anos do golpe de março de 1964.
TRE-PE responde sobre a restrição de folgas de 15/4 até 6/6 para cartórios eleitorais
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), desembargador Adalberto de Oliveira Melo, despachou respondendo a questionamento do Sintrajuf-PE sobre a motivação da restrição de folgas contidas na Portaria 773/2023.
Sintrajuf-PE defende movimento nacional pela reestruturação da carreira
O Sintrajuf-PE participou, neste sábado (16), do encontro do Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) da Fenajufe, que reúne todos os sindicatos de base, para combinar ações conjuntas em favor de pautas decididas pela categoria.