O racismo é um dos principais problemas sociais enfrentados na sociedade, causando exclusão, desigualdade social e violência. No Brasil, ele é fruto da era colonial e escravocrata estabelecida pelos colonizadores portugueses. Da abolição se passaram quase um século e meio e até hoje não foi possível arrancar as raízes da segregação racial, da intolerância e da discriminação à cor da pele.
O preconceito racial faz parte da estrutura da sociedade brasileira. Não dá pra escamotear. Aproximar as realidades dos negros e brancos continua sendo um grande desafio. Mesmo com políticas de inclusão como cotas nas universidades e concursos públicos, a tipificação do racismo e injúria racial como crime, a realidade da raça negra está longe da igualdade. Além de estarem na rabeira de oportunidades, negras e negros sofrem 75% mais violência que pessoas não negras.
A diferença salarial entre brancos e negros é de 45%. Os dados são do PNAD – (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios divulgados em 2019). Mesmo em se tratando do mesmo nível de escolaridade a diferença ainda é de 31%. O Judiciário tem baixa representatividade da raça. O III Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros (ENAJUN), realizado em 2019, afirmou que apenas 18% dos magistrados são negros. O Conselho Nacional de Justiça publicou a Resolução n°203 em 2015 que reserva 20% das vagas a candidatos não brancos. A proposta é garantir uma representação mais equânime em todos os níveis da carreira judiciária e encurtar esse distanciamento.
No mês de maio a polícia do estado do Rio de Janeiro realizando operação de rotina em uma comunidade carente, onde em sua quase totalidade os moradores são negros, causou a morte de um jovem. A indignação foi imediata. Tão imediata quanto numa mesma operação, um morador de outra comunidade foi atingido por 80 tiros. Em comum, a cor da pele. É o racismo que violenta cada cidadão pela classificação de sua raça. Os dois casos ganharam repercussão midiática, mas é sabido que casos assim acontecem quase todo dia e o resto do mundo não toma conhecimento.
A morte de um homem negro causada por um policial branco nos Estados Unidos na última semana causou uma série de protestos no País. A farda serviu apenas de mero adorno para o racismo odioso que tirou a vida do negro algemado, rendido e sem direito de defesa. Mais uma vítima da covardia. Martin Luther King é referência por combater o racismo nos Estados Unidos através da resistência não violenta. Luther King deixou o legado da luta por igualdade de direitos até hoje e ainda assim se morre por racismo no país, 52 anos após sua morte.
O fato é que o assassinato de George Floyd reacendeu o espírito de luta, retirou o grito entalado na garganta de milhares de negros e negras cansados de subserviência e passividade diante do desrespeito por sua cor e raça. As manifestações que tiveram um início pacífico ganharam proporções gigantescas, contagiaram cidades, países e o mundo. Há muito não se via tantas pessoas, organizações, partidos políticos, todos unidos por um único ideal: Contra o racismo e o fascismo.
O Brasil recebeu as manifestações num momento em que o presidente Jair Bolsonaro banaliza a vida ao fazer o discurso de que a Covid – 19 é uma “gripezinha”. Momento em que após um ano de governo o país viu multiplicar a violência contra as mulheres, negros e gays. Momento em que os brasileiros têm acompanhado com horror um governo que tem retirado direitos indígenas e quilombolas. O Movimento negro brasileiro repudia as declarações, atitudes e a “desculturação escancarada do presidente e também se manifesta em memória de Zumbi dos Palmares”.
A Fenajufe em seu último Congresso (10º Congrejufe) deliberou discussões de gênero e raça na categoria e orientou os sindicatos a fazerem o mesmo. O Encontro de Gênero e Raça já estava agendado para acontecer em novembro deste ano, mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra. Diante da pandemia o calendário foi suspenso e nova data será reagendada. Lutar por uma sociedade igualitária e livre de toda e qualquer forma de discriminação e preconceito é dever de todos e tod@s.
#JudiciárioAntirracismoAntiFascismo
Fonte: Fenajufe
TRF5 promove encontro sobre prevenção e enfrentamento do assédio e discriminação
O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) sediará, no dia 09 de maio, das 8h30 às 18h, o I Encontro Regional das Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Discriminação.
Acesso à informação: Sintrajuf-PE busca dados sobre verba de pessoal no TRT6
O Sintrajuf-PE solicitou informações detalhadas ao Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6) sobre as medidas de contenção de gastos recentemente recomendadas pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) através do Ofício Circular n.º 07/2024.
Nota de pesar
O Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário da União em Pernambuco – Sintrajuf-PE expressa profundo pesar pelo falecimento do servidor José Paiva de Lima Filho, agente da Polícia Judicial, lotado no núcleo de Polícia Judicial do Interior e RMR, que desempenhava suas funções no Fórum de Igarass