Prestes a alcançar o pico de contágio por Coronavírus, previsto pelo Ministério da Saúde para as semanas entre abril e maio, o Brasil ainda não tem uma coordenação entre SUS e rede privada para ampliar a capacidade de assistência e o número de leitos hospitalares, principalmente de unidades de terapia intensiva (UTIs). O País, que já registra 941 óbitos por Covid-19 e 17.857 casos, pode chegar ao colapso de ambos sistemas de saúde ainda este mês.
Uma nota técnica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrou que, se 0,1% dos brasileiros estiverem contaminados até o fim de abril já haverá falta de leitos. E esse é o cenário otimista. Na projeção mais pessimista, com 1% da população infectada até o final do mês, 53% das microrregiões (agrupamentos de municípios) colapsariam. Ao mesmo tempo, os planos de saúde enfrentam uma “incerteza” com o aumento exponencial de seus gastos e confirmam, nas entrelinhas, que isso pode ser repassado para o bolso do consumidor.
Os 32.000 leitos de UTI para adultos no país, divididos praticamente ao meio entre os sistemas público (cerca de 163 milhões de pessoas dependem dele) e privado, e existentes em apenas 500 municípios, já funcionavam com mais de 80% de ocupação antes da pandemia —no SUS, entretanto, essa taxa é mais alta: fica entre 90% e 95% habitualmente, segundo a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), tida como sob forte influência do setor que deveria regular, anunciou a liberação de cerca de 15 bilhões de reais de um fundo garantidor aos planos de saúde, para afiançar sua solvência durante a crise. Esse valor corresponde a 20% de um fundo formado para emergências com dinheiro das próprias operadoras privadas, que há anos vêm pleiteando sua liberação pelo Governo.
Mario Scheffer, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), critica a decisão de flexibilizar o acesso a esse capital. “É um cheque em branco, porque os planos de saúde não apresentaram nenhum plano de uso desse capital. Essa ajuda deveria fazer com que o valor das mensalidades fosse reduzido. É o que várias escolas particulares, por exemplo, estão fazendo. Além disso, o ajuste dos planos deste ano nada têm a ver com a crise do Coronavírus", diz o especialista.
Scheffer lembra que 80% dos planos de saúde são coletivos, feitos por sindicatos ou empresas, que, devido à crise, podem ficar inadimplentes. “As operadoras precisam ter um plano para lidar com essa inadimplência, devem criar uma moratória para as rescisões. E deveria ser proibida a rescisão unilateral do contrato por parte dos planos”, argumenta.
Fonte: El País
Leia matéria completa aqui
Acompanhe a cobertura minuto a minuto do Brasil de Fato sobre os atos do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência
Acompanhe a cobertura minuto a minuto que o site Brasil de Fato está fazendo pelo Twitter em todo País sobre os atos da jornada nacional de Luta em Defesa da Previdência.
TRE: Acompanhe ao vivo o segundo dia do Seminário "A Mulher na Reforma da Previdência e Migração de Regime Previdenciário/Funpresp-JUD"
Acompanhe agora
Mês da Mulher | Adalgisa Cavalcanti: a primeira deputada estadual de Pernambuco
Em final de 1945, foi eleita deputada estadual , tornando-se a primeira mulher da história de Pernambuco a ocupar uma cadeira no Parlamento Estadual. Sua promissora carreira política foi interrompida em maio de 1947, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu cassar o registro do PCB.