Os servidores públicos do Poder Judiciário da União (PJU) aprovaram, hoje (12), em Assembleia Geral, a adesão à greve nacional do dia 18 de março contra a reforma administrativa. O ato foi realizado na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco e contou com uma boa participação da categoria. A decisão ocorre após um ciclo de cinco Assembleias Setoriais, onde a pauta de mobilizações foi discutida e aprovada através do voto.
Na Assembleia Geral, o presidente do Sintrajuf-PE, Manoel Gérson relembrou da tramitação das PECs Emergenciais do Plano Mais Brasil que, entre outros temas, congela salários, ataca o Regime Jurídico Único e a possibilidade de corte de até 25% dos salários com redução de jornada.
Diante do cenário adverso e da agenda nociva e inédita de ataque ao serviço público promovido por um Governo Federal, Manoel Gérson conclamou a ida às ruas para mostrar a insatisfação, não só da categoria, mas da população com a condução desastrosa e danosa de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
Os servidores presentes fizeram uso do microfone e colocaram suas posições para o sindicato e demais colegas. Entre as intervenções, a necessidade de se filiar, refiliar e não se desfiliar do Sintrajuf-PE, pois a entidade é a principal trincheira de lutas da categoria e que merece o apoio dos seus pares.
Houve ainda críticas aos servidores que apoiam as medidas governamentais, mesmo com o impacto à sociedade e aos próprios trabalhadores. Falas em defesa da estabilidade contra o apadrinhamento e declarações de repúdio pelo uso do termo “parasita” empregado por Paulo Guedes contra os servidores públicos.
O vice-presidente do Sintrajuf-PE, Max Wallace citou a luta da categoria realizada em 2015 pelos atuais membros do sindicato, onde a pressão nas ruas e sobre os parlamentares conseguiu atenuar os efeitos das decisões do governo à época. E valeu-se dessa batalha para incentivar a mobilização de todos contra a reforma administrativa.
Andréa Pessôa, diretora do Sintrajuf-PE, pediu para que cada todos fizessem o esforço de conversar com o colega do lado e agregar mais pessoas ao movimento. Segundo a dirigente, “a hora é agora” e os descontos salariais já são visíveis no contracheque – por conta da reforma da Previdência – e, em breve, o que pode ser tomado são os empregos.
O conselheiro do Sintrajuf-PE e um dos fundadores do sindicato pernambucano e da própria Fenajufe, Joaquim Arcoverde argumentou que essa pode ser a mais difícil luta para categoria desde a implementação da Constituição de 1988. E que não é uma batalha do sindicato, mas uma batalha de sobrevivência dos trabalhadores e que o ato do dia 18 de março, o recado que o povo brasileiro pode mandar indo às ruas deve ser o momento chave de reação contra a reforma administrativa.
O diretor do Sintrajuf-PE e servidor do TRE, Eloy Teotônio destacou que a bandeira levantada pelos trabalhadores é por dignidade. Não só em defesa do que foi construído pela categoria ao longo dos anos, mas contra a precarização da vida de cada cidadão. Ele pediu a todos e todas para segurar “o braço do colega ao lado”, para que os servidores públicos possam se sentir unidos e protegidos nesse momento.
Na Assembleia Geral, assim como nas Setoriais, foi aprovada a realização de atividades de panfletagem e abordagem da população para detalhar os efeitos da reforma administrativa e apresentar fatos contra os dados falsos apresentados pelo ministro Paulo Guedes como argumento para dizimar o serviço público.
MOÇÃO DE REPÚDIO
A declaração do presidente Jair Bolsonaro dada no exterior, onde acusa o processo que o elegeu em 2018 de fraude também foi mote da Assembleia Geral. O servidor André Frej fez a leitura de uma carta, onde detalhou todo o processo de lisura implementado e acompanhado publicamente pela Justiça Eleitoral, o que rechaça a afirmação de manipulação dos resultados eleitorais.
O presidente do Sintrajuf-PE, Manoel Gérson leu em seguida uma nota de repúdio redigida pelo próprio, onde, faz críticas às declarações de Bolsonaro, especialmente pelo cargo que representa. Ele também questionou a nota do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que se pronunciou apenas tecnicamente e não cobrou do chefe da República a apresentação de provas.
A Assembleia Geral aprovou a nota de repúdio. As explicações técnicas sobre o processo eleitoral descritas na carta serão anexadas ao documento final que foi aprovado com o respaldo da votação realizada pela categoria.
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