DIREITOS 12 de Fevereiro de 2019 - Por Diario de Pernambuco, Estadão e Conjur

TST define que greve de servidores contra privatização é abusiva

O Tribunal Superior do Trabalho (TRT) decidiu, na segunda-feira (11), que qualquer greve contra a privatização das estatais é abusiva. Portanto, os servidores públicos que pararem para protestar contra a venda de estatais à iniciativa privada podem ter os salários descontados.

A decisão foi fechada por quatro votos a seis, tendo o ministro Ives Gandra Martins Filho definido o resultando. Segundo ele, greves não podem ter objetivos políticos não relacionados às relações de trabalho e esse tipo de protesto não se trata de uma causa trabalhista. Gandra foi acompanhado pelos ministros Renato Lacerda Paiva, Aloysio Corrêa da Veiga e Dora Maria da Costa.
O relator da matéria, ministro Maurício Godinho, que teve voto vencido, defende que greves deste tipo visam manter empregos e, por isso, não podem ser consideradas políticas. “Existem normas da OIT que dizem o mesmo, não podendo ser entendido o contrário”, votou. Ele foi acompanhado pela ministra Kátia Arruda.
Na ocasião, os ministros ainda discutiram e avaliaram a greve realizada por funcionários da Eletrobrás em junho de 2018, quando foi anunciado que as negociações para a venda da estatal estavam avançando.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem a intenção de vender empresas públicas, incluindo a estatal de energia. O próprio secretário de Privatizações da pasta, Salim Mattar, afirmou que pretende ofertar todas as estatais, com exceção da Petrobras, do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF).